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sábado, 4 de agosto de 2007

Não tenho dó das estrelas


Tenho dó das estrelas

Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo...
Tenho dó delas.

Não haverá cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como das pernas ou de um braço,

Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser.
O ser triste brilhar ou sorrir...

Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não a morte, mas sim,
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?

Fernando Pessoa


Não tenho dó das estrelas ... eu apenas as admiro.
"Noite estrelada sobre o Ródano", de Vincent Van Gogh (1888)

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