Passagens por aqui ...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Happy Postcrossing!!!!



Sempre tive um tino para colecionador ... já colecionei coisas bem impensáveis, mas hoje volto ao convencional: cédulas, moedas, postais e corujas em miniatura ... esse último, um item não tão convencional assim, mas não menos interessante ...
Por que estou falando de coleções? Bem, há pouco mais de um ano, sabendo o quanto gosto de postais e ainda mais, de manter contato com pessoas de todo mundo, uma amiga correspondente eslovena sugeriu que eu me cadastrasse em um site chamado “Postcrossing” ... agradeci e decidi dar uma olhada: Foi amor à primeira vista e desde então divulgo o site a inúmeras pessoas e já “arrebanhei” vários postcrossers pelo mundo!
Pode parecer monótono e sem qualquer emoção para a maioria das pessoas, mas abrir a caixa de Correio e ver um novo postal que alguém que você nem imagina quem seja te escreveu e, enviar postais a pessoas que você nem conhece, podendo ainda tê-los como amigos (pois fiz amigos assim) é fantástico para mim!
Assim, uso esse espaço para deixar declarado meu amor pelos postais, pela arte de escrever, escolher o selo certo, a frase certa e enviar de forma pessoal algo dedicado a alguém em algum lugar do mundo. Deixo ainda a sugestão aos que queiram se cadastrar no Postcrossing, que é gratuito e interessantíssimo, como já mencionei ...

De quase um sócio dos Correios do Brasil ...

Carlos


Alguns dos postais que recebi e estão entre meus preferidos:

Baía de Halong, Vietnã
 

Antigo campo de concentração de Auschwitz, Polônia: museu vivo do horror Nazista


"The Beatles", simplesmente os maiores de todos os tempos!


O quarto de Anne Frank, em Amsterdam. Hoje um museu em sua memória


Girafas, Botswana, África. Adoro esses animais!
 

Martin Luther King Jr. proferindo seu famoso discurso em Washington. "I have a dream..."


Robben Island, África do Sul, onde Mandela ficou preso por quase 30 anos, durante o Apartheid


La Fontana di Trevi, Roma, Itália

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Morrer aos vinte e sete ...









Falar sobre pessoas é muito difícil. Descrever alguém complexo e genial torna essa tarefa ainda mais árdua. Esse pequeno texto despretensioso pode ser uma mea culpa pela distorcida visão que tinha de Amy Winehouse antes conhecer sua história ou uma homenagem, pela artista magnífica que foi e que se transformou em uma referência para mim. Como já disse, não sou eu que serei incumbido de escrever o legado dessa judia londrina de voz poderosa, mas a história dos grandes, pois infelizmente a vida é muito curta para os gênios ...

Never clip my wings (nunca amarres as minhas asas), tatuagem de Amy em seu braço direito.

“Eu já morri centenas de vezes.” (Amy Winehouse)

“Ah can I play myself again?
Or should I just be my own best friend?”
(Tears Dry On Their Own)

Abaixo, a canção que sempre me fará lembrar de Amy, "Back to black" ... Incrível!!!


http://www.youtube.com/watch?v=TJAfLE39ZZ8&feature=fvst 

Terror



Depois de tanto tempo sem ao menos dar uma olhadinha no meu blog, resolvi escolher um tema para iniciar uma nova fase de publicações. Eu poderia ter escolhido algo menos denso, mas como o ato de escrever, exorciza nossos fantasmas, é justamente esse que tenho que exorcizar agora.

Ao ler e me chocar novamente com notícias sobre atentados essa semana, sendo os noruegueses as vítimas da ocasião, não deixei de expressar o que sempre me vem em mente ao ler notícias assim: Quanto vale um ser humano?

Eu escrevo assim, de forma seca pela constatação pura e simples de que o terror(ismo) e os assassinatos brutais em prol de uma causa (?!) varrem o mundo constantemente e vão (infelizmente) continuar varrendo enquanto seres humanos habitarem a Terra. Falo isso, contrariando minha visão idealista, porque as pessoas não aprenderam e talvez nunca aprenderão a mais óbvia das certezas, que é a de que todos os seres humanos valem exatamente o mesmo tanto, pouco ou muito, não importa, mas tem o mesmo valor diante da humanidade, ao contrário do que pensam radicais de todos os segmentos.

Recentemente fui acusado de sionista por um paquistanês que me tratou grosseiramente diante da minha defesa da igualdade dos judeus perante os outros seres humanos, enquanto ele afirmava em seguida que apedrejar mulheres vivas era uma questão religiosa e cultural. Isso soa absolutamente incoerente para mim! Fui acusado de pró-Islã-Palestina por um israelense quando condenei os ataques israelenses a um navio que levava ajuda à Gaza alguns meses atrás e de anti-americano por um Republicano do Texas ao condenar o apoio dos norte-americanos às ditaduras de direita que trouxeram terror à América Latina durante a Guerra Fria ... será que os erros alheios são condenáveis, mas nossos próprios erros, os erros cometidos em prol das causas que apoiamos são justificáveis mesmo que brutais? Eu apenas queria mostrar que assassinatos em Tel Aviv, Nairóbi ou Londres tinham o mesmo peso e que isso não era uma questão de nacionalidade, mas sim da falta de aceitação de outrem ... fico indignado quando massacres na África viram notícias de pé de página e um assassinato na Escandinávia ganha comoção mundial. Nessa questão eu não estou minimizando os ataques em Oslo, mas chamando atenção para que um ataque em Darfur ou Ruanda tenha o mesmo peso ... a crueldade é algo interno ao ser humano e não nascemos com uma nacionalidade, apenas nascemos humanos, portanto somos supostamente iguais até que alguém nos imponha um rótulo... e esse rótulo tem um preço.

Ser um cidadão do mundo em um mundo que não trata igual a todos é perigoso, mas é assim que me sinto e não consigo me posicionar de forma diferente. Amos Óz publicou uma obra a partir de uma palestra sua na Alemanha intitulada “Como curar um fanático”, inúmeras ideias interessantes sobre o mal do fanatismo ... mas eu me pergunto mesmo assim: Fanatismo tem cura? Neo-nazistas, Sionistas, Fundamentalistas cristãos ou islâmicos buscam uma cura para suas crenças? Infelizmente vejo que não, creio que não e penso que o mundo ainda vai continuar se perguntando: Onde será o próximo ataque? Onde ocorrerá um novo massacre? Onde inocentes vão pagar por erros que na maioria das vezes não são seus? E a história se reinicia, nas manchetes ou notícias de pé de página ... elas mantem seu ciclo pelo mundo que não sabe rir de si mesmo ou chorar os mortos que não consideram seus.

O terror nasce mais da indiferença que do ódio em si ...


Imagem: O Grito (no original Skrik), do norueguês Edvard Munch (1893)