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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Como é distante o país dos sonhos


É incrível como até certo ponto de nossa vida, os sonhos nos parecem palpáveis, por mais distante que pareçam e por mais altos que sejam. Perguntam-nos o que gostaríamos de ser quando crescer: respondemos que queremos ser as coisas mais incríveis, desde astronautas até arqueólogos, como se realizar sonhos como esses dependessem pura e simplesmente de crescer. Não quero parecer pessimista, mas a realidade bate à nossa porta cedo ou tarde e os sonhos vão sendo deixados de lado ou adiados, pois percebemos que a realidade não comporta a esmagadora maioria das vezes a grandiosidade de nossos sonhos. Ao menos constato que os meus não.
Na adolescência, se temos alguma convicção política, sonhamos em mudar o mundo: conseguiremos acabar com a destruição da Amazônia, garantir a paz no Oriente Médio, descobrir a cura da AIDS ou acabar com a fome no Terceiro Mundo. Somos mais realistas com nossos sonhos e ao crescer, nos deparamos com caminhos que nos levam a escolhas e conseqüentemente à desistência de alguns desses sonhos ... para alguns, o eterno amor está prestes a chegar da maneira mais “hollywoodiana” possível ... alguns ainda esperam por isso
Com o tempo, percebe-se que a realidade é um pouco diferente e que o país dos sonhos é um local cujo visto de entrada pode ser negado facilmente ou às vezes nós mesmo paramos ainda na alfândega ... a viagem pode parecer muito longa.
Confesso que às vezes penso que esse país é uma forma utópica de convencermos a nós mesmos que a vida não é tão dura assim. Afinal de contas nada seria tão cruel que bombardear uma criança de realidade e privá-la de sonhar. Uma coisa é certa: mesmo desistindo de alguns sonhos pela circunstâncias que nos são impostas, eles têm que existir. O contrário seria o caos.
Assim, dirijo-me ao consulado mais próximo e esse período de espera pelo visto de entrada funcionará como alento para essa árdua espera. Eu me pergunto: que tempo deve estar fazendo agora no país dos sonhos? Preciso me preparar, já que uma viagem tão longa, deve ser bem planejada ... se bem que não custa nada sonhar sob a chuva ou vendo cair a neve.

Imagem: "O sonho", de 1910, do pintor primitivista francês Henri Rousseau

Um comentário:

GABRIEL ZANIN disse...

Otimo Texto Carlos!
Mais um tanto quanto deprimido né hahaha...
Abraços