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terça-feira, 23 de agosto de 2011

30 anos



Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.




          É engraçado o que uma data que representa. Trata-se nada mais que uma mera convenção cronológica. Os números mudam e automaticamente (ou não?) mudam os comandos em nossa cabeça e, no meu caso, o peso de 30 anos veio com a maior leveza possível. A infância é doce e a adolescência é livre, diz-se ... para mim, isso é muito relativo. Acho que fui criado adulto demais para ser criança e a adolescência é chata e complicada demais para quem habita um universo paralelo ... o idealismo de conquistar o mundo aos 18, a sensação de ser eterno e suposta liberdade dos 20 e poucos anos foi substituída agora pela segurança (?!) dos 30 recém completos ... quem tiver 40, 50 ou 60 que ria à vontade, mas 30 anos é uma idade única! Posso felizmente traçar um panorama sobre passado e futuro, sem sonhar ainda ser astronauta (no meu caso, arqueólogo) e sem imaginar que a vida toda já sei foi sem retorno, com a sensação de que há ainda atalhos a se tomar sem que se chegue à curva final do penhasco ...

Imagem: “A condição humana”, René Magritte (1935)

Um comentário:

Luis Augusto disse...

Perfeito! Agora posso chegar aos 30 com maior conformismo, pois estarei preparado para isso, já que vivi o que era para eu viver... mesmo não sendo o que eu sonhei.