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sábado, 12 de maio de 2007

A difícil arte de crescer



Eis aqui uma coisa inerente ao gênero humano (e a qualquer ser vivo) e do qual não se escapa de forma alguma: crescer, envelhecer, aprender a viver. Salvo Peter Pan, nós meros mortais adquirimos nova idade a cada ano e realizamos um ciclo pelo qual aprendemos coisas que supostamente são importantes, somos levados a repelir outras consideradas por demais “efêmeras” e nos tornamos “mais velhos”.
Bem, esse tema hoje é providencial: Completo hoje vinte e seis anos de vida. Pode parecer pouco para muitos ou muito para alguns. Para mim, realmente não sei, já que considero relativas quaisquer medidas ou comparações. Considero o momento atual, o melhor momento da minha vida, o momento em que a minha constante lucidez se torna ainda mais clara. Um momento de repensar o passado, sonhar o futuro, mas fincar minhas raízes no presente. Agora mais do que nunca sinto o gosto da palavra “independência”, embora saiba que nenhum ser humano a tem por completo. Agora mais do que nunca pratico a cada dia o desprendimento, já que tenho a lúcida-real-pessimista visão de que as pessoas que me cercam e que me fazem bem, sairão uma a uma da minha vida e eu devo estar preparado para isso. Às vezes eu acho que crescer é isso mesmo: conseguir lidar com sentimentos e situações antes tão graves e conflituosos e conseguir se desligar facilmente de forma disciplinada. Ou seria crescer apenas um fingir ter ou ser algo que não se tem ou se é?
Hoje tomo consciência cada vez mais que os seres humanos são completamente individuais e enxergo o mundo cada vez menos coletivo. Hoje sei que um dia vou olhar para meus problemas da infância e adolescência e achá-los engraçados e que vou tomar consciência de maneira literal e material do significado da palavra “solidão”. Hoje acho todas essas palavras e reflexões um tanto piegas, mas vou senti-las realmente um dia. Acho que o momento atual, o exato momento em que me encontro agora, é um daqueles momentos em que me sinto espiritualizado, momentos que me coloco como em um plano alheio ao mundo, sem qualquer referencial e olho tudo com o olhar de alguém que nunca enxergou.
Viver realmente é muito bom, mas não é fácil e na altura dos meus vinte e seis anos completos digo que vale a pena viver e passar por tudo que passamos. Vale a pena aprender a cada dia que coisas aparentemente importantes para as “pessoas sérias”, como diria o Pequeno Príncipe, não valem nada para nós e que buscamos na verdade as coisas mais “inúteis”, pois elas nos fazem realmente sentir bem.


“Eu me pergunto se as estrelas são todas iluminadas ... não será para que cada possa um dia encontrar a sua?”, disse o Pequeno Príncipe ao homem adulto no deserto.


Seria crescer ir em busca da nossa estrela?
Sendo assim, isso justifica eu adorar tanto contemplar o céu à noite ...

2 comentários:

Ronnye" disse...

Matéria ficou muito boa....também acredito q são as "pequenas coisas" q nos fazem crescer....
Parabéns

Unknown disse...

Carlos adorei esse texto. Me encaixei certinho nele, é tudo que passa na minha cabeça. Parabéns. Vc escreve de uma forma que envolve as pessoas, fazendo com que elas não se distraem nem um momento se quiser para prestar atenção em outra coisa. Adorei. é muito bom ter amigos como vc. Continue assim. T adoro. Mil bjus.